quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vereador Cabeu: O discurso que não pode ser lido

Vereador Lucivaldo Tenório (CABEU)
           No ato de eleição, dia 1º, e posse da nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, juntamente com a posse do novo Prefeito, o Vereador Lucivaldo Tenório (Cabeu), trazia no bolso seu discurso que deveria ser pronunciado por aquela ocasião, no entanto, o ambiente não lhe foi favorável, não apenas para o mesmo, mas também para seus colegas de bancada, que diante das circunstâncias o obrigou a não fazê-lo. Daí nos solicitou que o divulgasse em sua íntegra:
Discurso da Posse do Vereador Lucivaldo Tenório Pinto:

           Hoje é um dia de festa! Festa da democracia que é a institucionalização da Liberdade! Que é o regime que tem como base os direitos fundamentais do homem. Que nos possibilita eleger nossos representantes, pelo voto.

           A palavra “Vereador” etimologicamente vem do verbo “verear” que significa a pessoa que “vereia”, sendo aquela que tem como obrigação zelar pelo interesse dos munícipes e suas necessidades, através da elaboração de normas, leis e solicitações.

          A poetisa Adélia Prado disse em um dos seus textos: “Eu se fosse governo, subia num tamborete, batia palma e gritava bem alto pra todo mundo escutar. Quando todo mundo ficasse quieto pra ouvir eu dizia que programa administrativo só funciona com muita ajuda. Não ia fazer nada sozinho. Conferia numa assembleia que não ia ter recesso enquanto não me dessem, por escrito quantos meninos sem escola, quantos pais de família sem emprego, quantos homens e mulheres, sem saúde, sem alegria. Quando estivesse tudo isto no papel dava meia hora de descanso e ia de novo presidir até eles arranjarem um jeito de acabar com esta tristeza.

          Desta forma, não consigo pensar em melhor programa que este da poetisa.

         Em primeiro lugar temos de ser capazes de trazer todos os segmentos da sociedade para este diálogo: Sindicatos, associações de moradores, entidades da sociedade civil, grupo de defesa das minorias, os intelectuais, em especial, aqueles aos quais faltam as mais básicas necessidades para uma vida digna. Porque é muito distinto falar e ser ouvido, é até relativamente fácil dar direito palavra a todos, já ouvir aquilo que é dito por quem usa deste direito exige um degrau a mais de dedicação.

          Certamente, precisaremos de muita coragem. Não a coragem dos fortes, mas sim a dos justos; Não a coragem da valentia, e sim a coragem da humildade, da sinceridade e da generosidade. Falar sobre isto é mais simples do que fazer. É por isto que gostaria de voltar ao “programa de Adélia Prado”.Em primeiro lugar a poetisa nos diz que precisamos estudar a situação, levantar exaustivamente os dados que demonstram o tamanho da nossa missão, a imensidão da nossa dificuldade em atingir o mais básico dos objetivos, que é garantir uma vida digna para todos que habitam nesta Cidade. Porque saber servir é uma tarefa de humildade, muito mais do que competência. Sobretudo, é ter ideal, coragem e dedicação.

         É neste cenário, que, protagonistas e figurantes, a partir do programa traçado pela poetisa, que se tem de pensar o processo Legislativo. Não pensar apenas como um processo industrial, no qual em uma ponta entra um projeto de lei e no outro sai a lei pronta só cumprindo um trâmite burocrático. Mas discutirmos o problema, projetando e dando possíveis soluções, sobre o qual todos nós Brejoenses vamos falar, ouvir o que os outros tem a dizer, ou seja, se debruçar sobre ele estudando-o para lá no final chegar o objetivo: que é o esforço de construir, a cada dia, com todos os homens e mulheres  o futuro de uma cidade mais justa digna e Feliz.

         Desde o período colonial até a república, as câmaras municipais encaminharam nosso povo àquilo que hoje entendemos por democracia num estado de direito.

              Essa destinação de nosso legislativo municipal com certeza foi traçada por algo superior a regimes e ideologias, tanto que encontramos no artigo 167 da constituição imperial, algo que se repete até hoje e oxalá os netos de nossos netos, possam usufruir: ou seja, sempre por eleição em todas as cidades e vilas ora existentes, e nas mais que no futuro se criarem, haverá câmaras municipais, as quais se destinam funções de harmonia e trabalho, na magnitude da vereança.

            O futuro se faz todos os dias, num processo permanente.

        Portanto, hoje, que tomamos posse no honroso cargo de vereadores da cidade, cargo que a população nos delegou, como representantes do povo de nossa querida cidade de Brejão, vamos trabalhar juntos, discutindo e pensando temas como desenvolvimento econômico, preservação ambiental, mediante uso de tecnologias limpas,planejamento urbano, desenvolvimento social, participação na formulação de políticas públicas e valorização da diversidade cultural, que são  dimensões da sustentabilidade.

        Ricardo Monteagudo, em seu livro “A Concepção do Legislador em Jean jacques diz:“O Legislador representa o mais alto grau de compreensão de um corpo social a respeito de si mesmo e por isso está além dos conflitos envolvidos e expressam a realidade do interesse comum”.

           Que possamos ser capazes de permanecer lúcidos e firmes no nosso propósito de olhar para o outro e não para nós mesmos, de ouvir, respeitar e criar vínculos que se façam necessários para o melhor desenvolvimento desta maravilhosa cidade Batizada de Brejão. 

                          Feliz Ano Novo, Que Deus os Abençoe,
                                              Muito Obrigado!!!!
Discurso Do Vereador eleito Lucivaldo Tenório Pinto
Brejão, 01- 01- 2013

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